17 de maio de 2014

Semanário de gravidez #16

Estes dias de baixa médica foram bastante benéficos! O facto de andar sempre ocupada e de um lado para o outro fizeram com que o inchaço que já começava a caracterizar os meus "pés-de-sereia" abrandasse. Realmente estar permanentemente sentada e com os pés pendurados não me estavam a fazer nada bem...
Foi bastante bom poder abrandar o ritmo numa série de aspectos, poder planear tantas coisas que tinha pensadas há já algumas semanas, mas que por falta de tempo e energia ainda não conseguira pôr em prática.

Diria mesmo que me esmerei desta feita, visto que já tenho o saco de maternidade pronto há mais de uma semana, e o saco do bebé está também quase quase quase a postos. Acho que estou a redimir-me em grande da vergonha que foi na gravidez do Falipe, em que fiz o meu saco e o dele antes de sair de casa para ir para a maternidade, às 37 semanas... e já no bloco de partos é que tomei consciência de que não tinha banheira, carro ou ovo comprados...

Estes dias de calor fizeram com que tivesse sonhos idílicos com piscinas de água fresca e cristalina e sessões de massagens num qualquer spa com motivos marítimos a orlar as paredes! Além do calor, os afrontamentos começaram em força, e o meu termóstato parece uma montanha-russa... (a julgar por estes dias, nem quero imaginar o dia em que entrar na menopausa...)

Não houve piscinas nem grandes idas à praia ou ao spa, mas houve algum "esplanadar" à mistura, acompanhados de um bom livro, outra actividade que estava deixada ao abandono há algum tempo.

No entanto, nem tudo foram rosas, não... o facto de ter o companheiro "desasado" fez com que houvesse muito serviço de enfermeira. Além disso, eu que sempre fui uma grata sortuda por ter um companheiro com quem sempre dividi tarefas domésticas (todas elas!), vi-me na situação de ter que dar conta de todas as tarefas domésticas sem excepção. Se já antes bendizia a minha cara-metade por ser assim valente, agora ainda lhe dou mais valor! E vejo que ele se sente um tanto angustiado por não me poder ajudar. Mas realmente não temos mesmo a noção do quanto podemos ficar limitados, quando só temos o uso de uma mão... No entanto, ele começa a dar sinais de melhoras, ao mesmo tempo que percebe o quão atrofiado de movimentos pode ficar um braço que não se pode mexer.

Obviamente que tive algumas cautelas e fui fazendo momentos de pausa e descanso. Dormi algumas sestas valentes, que me permitiram repor energias. Isto porque tenho consciência que se quero levar esta gravidez a termo (ainda faltam 5 semanas), tenho que me auto-preservar e não andar armada em super-heroína! 

O Falipe parece ter-se acalmado um pouco mais, pelo menos em casa, depois de um fim-de-semana atribulado e marcado por castigo. O meu rapazolas é crescido e percebeu que estava a passar de algumas marcas de respeito. Na escola a coisa parece não ter melhorias, mas começo a perceber que a senhora professora terá algumas pequenas lacunas na forma de abordar maus comportamentos, e aplica sempre o mesmo castigo, sem que daí advenha algum resultado. Pelo que conversei com algumas outras mães, o mal parece ser generalizado e não apenas exclusivo do meu filho...

De resto, estou sempre permanentemente acompanhada! O meu bebé-rica está em constante movimento, qual tamborzinho que mexe no meu ventre. Os seus pés estão sempre ali ao lado do meu fígado e ele gosta de se esticar! Enquanto leio, enquanto descasco batatas para a sopa ou arrumo a roupa nos armários. É uma sensação boa mesmo, porque apesar de estar metida nos meus pensamentos, sei que ele está sempre ali comigo, nunca me deixando um minuto de solidão. Creio que aqui deve estar a génese da tristeza de qualquer mãe que vê os seus filhos crescer e sair do ninho... este sentimento de nunca mais estarmos sós que se vai esbatendo à medida que eles saem de nós, crescem, dão os primeiros passos, começam a falar, a pensar por si mesmos, a tornar-se em seres humanos perfeitamente autónomos, até ao dia em que voam do nosso ninho para fora, em busca da sua felicidade... e aquela sensação de companhia permanente fica deixada no vazio... 


8 comentários:

Isilda disse...

Um Beijinho de continuação de melhoras:-)

Joana disse...

Que tudo corra bem! ;) beijinho

luisa disse...

Posso dizer que fui uma sortuda na gravidez. Tanto na primeira como na segunda, trabalhei até ao último dia sem inchaços nem nada que se parecesse. :)

Tudo de bom para esta reta final. :)

Anónimo disse...

Olá Naná, parece que apesar de alguns percalços tudo caminha com tranquilidade dentro do possível. Boa sorte. Beijinhos. Mia

gralha disse...

Olha, já há uma boa razão para estar de novo fresquinho: para refrescar a Naná :)

Nadine Pinto | Fotografia disse...

A minha deve nascer antes do tempo, está encaixada às 30 semanas, tem pouco espaço e qualquer dia sai-me um pé pela boca.

Isso de sentir tristeza por estar a chegar ao fim da gravidez, não sinto. Começo a sentir é que ela vai deixar de ser só minha e não sei se me vai apetecer partilhá-la. De resto, como queremos ter uma família numerosa, uns 6 filhos, por aí, se Deus quiser tenho muita gravidez para saborear.

Beijinhos

Amigo Imaginário disse...

Que saudades dessa sensação boa de estar acompanhada... :-)

Benedita disse...

Viajei até aos tempos da minha gravidez... que saudades daquele sentimento de plenitude. :)
Tudo a correr bem, querida!
Beijinho