26 de abril de 2013

Aprendizagem ao longo da vida

Nem só na escola se aprende... e eu aprendi tantas coisas que me ajudaram na escola, na faculdade, na vida pessoal e na vida profissional. Pequenos ensinamentos que prezo, não só pelo ensinamento em si, mas pela recordação de quem mo transmitiu e assim me enriqueceu ainda mais.
Além do mais, nunca se sabe quando vamos precisar de utilizar estes pequenos apontamentos de saber.

Com a minha mãe aprendi (lista altamente redutora, já que foi ela que me ensinou a amar de forma incondicional...):
- redigir actas de reunião e a escrever rapidamente usando todos os dedos da mão (na altura, numa máquina de escrever)
- a consultar correctamente um dicionário
- a tabuada, as regras de 3 simples e a fazer a prova dos 9
- a fazer pastéis de batata doce
- a amassar e a tender pão e folares
- a coser à mão e à máquina
- a "crochetar"
- a encher chouriças de carne e a fazer farinheiras
- a caiar paredes a pincel

Com o meu pai aprendi a:
- ceifar erva e mato
- a sachar ervas daninhas e a abrir regos na terra para semear
- que um alqueire de feijão/grão leva 20 litros e que tem peso diferente consoante se é feijão ou grão
- a usar o dinheiro em meu proveito e a não viver escrava dele
- a vindimar
- a acertar um relógio de ponteiros
- que um belo copo de aguardente ajuda nas dores de dentes

Com o meu avô Manuel aprendi:
- a debulhar maçarocas de milho, usando um sabugo
- a tirar as bandeiras do milho
- que os "figos-do-inferno" são tóxicos
- que dum pedaço de cana se pode fazer uma flauta
- que se pode fazer um baloiço com dois pedaços de corda e um tijolo
- que os sobreiros são descortiçados de 10 em 10 anos
-  que quem não sabe ler pode ser mais sábio do que muitos letrados.

Com a minha tia Albertina aprendi:
- que se pode viver bem, com menos
- que a vida é aquilo que fazemos dela!
- a fazer bolo de marmelada e nozes
 
Com a minha tia Margarida, com os seus olhos azuis e cabelos totalmente brancos aprendi a:
- fazer calda de mel para os coscorões
- a usar amendoins para melhorar a compota de tomate e de abóbora
- que não é preciso ter uma avó viva, para termos uma!

Com o meu tio Fernando aprendi:
- a ordenhar vacas
- que os gansos são agressivos e mal dispostos
- que há quem viva toda a vida orientado pela ganância

Com a minha prima Rosária aprendi a:
- usar sal grosso para tirar o sabor duma caldeirada queimada
- o tempero ideal para uma feijoada de buzinas
- aprendi a fazer uma caldeirada como deve ser
- a amanhar peixe e a usar água salgada para lavar o peixe e deixá-lo mais saboroso para a brasa
- a demolhar bacalhau em leite antes de ser assado na brasa, para ficar mais macio

Com todos os meus colegas de faculdade e a Goudinha aprendi:
- que a amizade, quando existe e é verdadeira, perdura independentemente das barreiras físicas ou temporais.

Com o meu mais que tudo, aprendi:
- a apreciar boa música
- a identificar estrelas e constelações no céu
- a partilha, o respeito e o companheirismo

Com o meu filho aprendi:
- a perdoar em 30 segundos
- a cultivar a paciência
- a amar incondicionalmente

10 comentários:

Magda disse...

gostei*tão bom aprender, não é?!

sal disse...

Todos nós, mal ou bem, aprendemos milhentas coisas ao longo da vida. Somos um poço de sabedoria e nem damos conta! Agora é passar o legado :)

gralha disse...

Adorei este post e provavelmente vou "roubar".

Susana Andrade disse...

Logo logo poderás perpetuar essa tua aprendizagem para o teu filho. Tenho muita pena de não ter vivido aprendizagens assim com os meus familiares mais próximos, dessas 'coisas' que não se esquecem e que servem de ensinamento para a vida. Sobre o campo tenho aprendido muito com os pais do meu marido, afinal nunca fui 'filha' do campo mas do mar/ria. Referes-te ao figo do inferno como figo da índia? Desde pequena que comia figos da índia e agora só não como mais porque nunca me ajeito a tirar os picos daquilo e agarram-se aos dedos e doem muito mas adoro o sabor e as grainhas até já não me fazem tanta impressão.

Maria Duarte disse...

Será que lhes podemos chamar de ensinamentos da(para a) vida?
Esses são (d)os mais importantes e não se aprendem na escola e, não é preciso estudar para decorar, pois o tempo diz-nos que não os esquecemos

Beijos

Unknown disse...

É a escola da vida mesmo. Aquilo que não se aprende nos livros mas com as nossas vivências, com aquilo que os outros nos vão passando.

Um beijo

Naná disse...

Magda, adoro aprender :)

Sal, somos mesmo um poço de sabedoria. Hei-de certamente passar alguns dos meus ensinamentos ao meu filho!

Gralha, roubai, roubai ;)

Susana, sim é a mesma coisa. Mas aquela que eu falo é uma que dá figos assim avermelhados e as folhas também são avermelhadas.

Maria, não esquecemos mesmo!

Carla, e por nos ter sido passado por outros, torna-se muito mais valioso!

triss disse...

E a receita desses pastéis de batata doce, podes partilhar ou são segredo de família? :-)

Tanita disse...

Querida,
e isto fez de ti a mulher maravilhosa e especial que és.
Eu agradeço à Vida por te ter colocado no meu caminho e fazer de mim uma pessoa mais rica.
Podias ficar por aí, porque bastva, mas acredita que ainda vais aprender muito mais, aliás vais sim aprefeiçoar o tanto de bom que já tens.
Um enorme beijo com muito carinho.

(que orgulho em ter-te como amiga)

Sky disse...

Cada pessoa tem sempre algo a ensinar e não somos todos completos!
Eu tb aprendo muita coisa com os meus filhos mulher e parentes! mas claro...depois limei arestas e adaptei ao meu gosto hehe :P