30 de outubro de 2012

Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama



Hoje assinala-se o dia nacional da Prevenção do Cancro da Mama.
Esta foi a doença que "levou" a minha mãe. A doença que sempre me provoca um nervoso miudinho inexplicável.
Acabei de ouvir na rádio um médico dizer que o factor hereditariedade representa apenas 10% das causas prováveis para o surgimento da doença. 
Mas a hereditariedade será sempre uma espada invisível a pender sobre a minha cabeça.

Confesso que tenho uma postura um tanto ou quanto arrogante, costumo dizer que "um relâmpago nunca cai duas vezes no mesmo sítio", se acrescentarmos o facto de também o meu pai ter morrido às garras de um tumor maligno.

Maligno, essa palavra tenebrosa no meu vocabulário... cujo pendor negativo descobri aos 15 anos, escrito em letras pretas de máquina naquele papel A5 branco que vinha dobrado ao meio dentro do envelope azul do laboratório de radiologia, com os resultados da mamografia de urgência que a minha mãe fizera dois dias antes.

"Lesão tumoral maligna"... dizia algures pelo meio de dois parágrafos carregados de vocabulário técnico e médico. Aquelas três palavras conjugadas, juntas e encadeadas... fizeram o meu coração encolher como nunca até hoje e o meu mundo de menina ingénua e feliz caiu aos trambolhões pela força daquelas três pequenas palavras, tão fortes e tão pujantes.

Ainda hoje quando alguém me diz que lhe foi diagnosticado "cancro de mama", por mais que saiba que tanto se avançou em termos médicos e clínicos, não consigo afastar a sombra daquelas três palavras e uma última, a que ditou o desfecho final da história da minha mãe, morte!

Eu transmito palavras de esperança, porque apesar daquela sombra, quero acreditar que há muitas mulheres que conseguem alterar o desfecho final para "vida", porque ganharam a luta! Uma luta contra a doença, mas também contra si mesmas, porque é como se o próprio corpo estivesse em rebelião desmesurada e sem justificação contra si própria!

A todas as mulheres que lutam e lutaram contra o Cancro de Mama, a minha profunda admiração!

4 comentários:

Uba disse...

Sabes que esta doença tb me marcou para a vida. Perdi a avó paterna e a melhor amiga desde o secundário, devido a essa maldita doença. Com apenas um ano de diferença de diagnóstico. Acompanhei o percurso de ambas. Na minha melhor amiga vi acontecer tudo exactamente igual à minha avó... E a esperança ia-se desvanecendo dolorosamente. Até àquele domingo em que recebi o telefonema. Morreu. 21 anos. E pergunto-me, Como é possível?!
E pronto, não lido bem com isto e não gosto de ouvir histórias, não gosto de saber porque penso sempre que é apenas um ano e tudo acaba.
Beijos!

Nadine Pinto | Fotografia disse...

Eu li «brutal tumor maligno», mas a minha avó ainda cá anda, rija que só ela.
http://lacorrilha.blogspot.pt/2011/05/datas-que-nao-se-esquecem.html

Meu Velho Baú disse...

Um beijinho especial para " SI" que tão nova , já passou por situações tão angustiantes.
Costuma-se dizer " a vida continua..." .
Eu penso que a prevenção, e os exames periódicos são a melhor maneira de controlar a situação,sendo que por vezes ela aparece repentinamente.
Vá sendo feliz com o Falipe e marido.
Bjs.
o

Naná disse...

Uba, cada vez mais esta doença faz parte do nosso quotidiano, mas continua a soar como uma sentença fatal.

Lacorrilha, nem imaginas como fico feliz por saber de casos de sucesso! Parabéns à tua avó e a ti :)

Arco Iris, muito obrigada. Sem duvida a prevenção ajuda, no caso da minha mãe nem isso ajudou... mas a vida é assim mesmo! :)