20 de fevereiro de 2012

Mãe "Galinácea"

tirada daqui
Sou eu!! Assumida!
Eu sempre soube, mesmo antes de ser mãe, que ia ser uma daquelas mães-galinha, sempre com a asa meio aberta e em posição da arranque para proteger o meu "pintainho", a qualquer instante que se considerasse necessário...
Ontem tive a prova do grau de "mãe-galinhice" que consigo atingir. 
Já me dera conta, em diversas ocasiões, que existia em mim uns tremeliques, mas ontem senti um quase pânico, a roçar o ridículo e patético. 
Mas eu senti o que senti! E não nego que foi das sensações mais desconfortáveis que experimentei. E ainda receei mais perante o que me espera no futuro, como mãe assim galinhola.
Não imaginam o que este coração ficou apertado ontem quando tive que entregar o Falipe às educadoras, para o sentarem no carro alegórico da escolinha, para entrar no desfile de carnaval... 
Entreguei-lhes tudo o que mais amo e prezo nesta minha existência!!
O meu cérebro de "técnica de segurança e saúde do trabalho" disparou ao lembrar-se que sentar uma criança de 3 anos num atrelado que ia fazer kms em andamento, mesmo que lento, infringe todas as regras de segurança rodoviária!
Ver a minha criança sentada num banco corrido, solta, sem cinto de segurança, aos solavancos, em cima do atrelado fez-me por momentos, renegar tudo o que aprendi de segurança rodoviária. E corroer-me em arrependimento e com auto-chibatadas psicológicas de "o que raio estavas tu a pensar, Naná, quando concordaste com isto???!!!"
O olhar dele confuso e perdido  nos rostos da multidão que tinha vindo assistir ao desfile só serviu para acirrar ainda mais o meu quase-pànico...
Acompanhei o bendito carro nas três voltas ao quarteirão, como se fosse um falcão... 
Apesar de o atrelado estar devidamente protegido com barras laterais enfeitadas com flores de papel que facilmente serviriam de amortecedor, isso não foi suficiente para evitar que eu congeminasse não sei quantos cenários possíveis de acidente, quase todos envolvendo quedas ou cabeçadas...
O facto de ele se ter deixado dormir, na posição de sentado, rendido ao cansaço de quem não dormiu a sesta, ainda me fez panicar mais...
Nesse preciso momento, disse "basta!" interiormente e pedi que mo entregassem, que não fazia sentido ele continuar a participar naquele desfile.
Peguei nele ao colo, o meu coração sossegou e senti a devastação daquela guerra psicológica tomar conta do meu corpo fisicamente...

Se isto foi assim por uma coisa até quase trivial, estou bem lixada, com F maiúsculo, porque depois ainda vêm as bicicletas, as motas, os carros (dele e dos amigos)... as visitas de estudo na escola, as noitadas e o Diabo a 7... o que é que eu faço à minha vidinha!??

13 comentários:

flor disse...

Estava a ler o teu post e estava cheia de nervos. Acho que consegui por instantes estar no teu lugar, mais ainda porque tenho uma exactamente da idade do teu. são ainda mto pequenos cheiram a leite. Sou realmente assim, faço grandes filmes e entro mesmo em pânico. Com a idade, acredita que também vais acalmar mais, sem os devidos stresses inerentes ao facto de termos filhos.

Fátima disse...

Por várias vezes me imaginei num encontro de Mães Galinhas Anónimas: Olá o meu nome é Maria e sou Mãe Galinha...

É mais forte que nós, não é???...

Especialmente Gaspas disse...

hehehhe... Vida de mãe é dura!
Encara isso como uma preparação (da tua parte claro) para o que vem a seguir! :) Infezmente não os podemos guardar debaixo da asa para sempre (não?)... :)


Lembrete (para mim própria): Não te esqueças que tens um filho da mesma idade e que és igualmente mãe galinha!!!!

Tanita disse...

Ah já estou a panicar também, mas porque crescem eles?? raios.
Mas tu tem calma, já chega de porrada psicológica, por isso o teu cansaço. Amanhã lambes a cria e não a deixa debaixo de asa.

mfc disse...

Tens que te controlar mais um pouquinho!
Ele vai ter que bater com a cabeça.... tal como tu bateste!
E tu não vais estar sempre presente... lembra-te disso.
Beijos.

Unknown disse...

Tens que aprender a descomplicar ;)

Eu, mãe de três, digo-te que por mais cuidados que tenhas, por mais que tentes evitar, o que tiver que acontecer, acontece. A minha miúda mais nova, quando entrou para a creche com dez meses, passados três dias abriu o sobrolho. E não foi por falta de atenção das educadoras, foi mesmo porque tinha que acontecer (estava a brincar, virou a cabeça, bateu na ombreira da porta).

Beijos

Ni! disse...

Pânico!!!!!!!!!!!

hiltom disse...

Há aquele velho ditado(nem sempre verdadeiro é certo) que diz: "ao menino e ao borracho põe-lhe DEus a mão por baixo".
Não podemos estar sempre com o olho em cima deles.
Eles crescem e temos de lhes dar alguma liberdade ,fazer-lhes ver determinadas coisas e chamar-lhes a atenção para aquilo que acharmos ser o mais conveniente. Mas o certo é que têm de crescer com alguma responsabilidades, e terem consciência do que podem ou não fazer. Não podem ser totalmente proibidos. Tẽm de ser "encaminhados". Só assim ficarão crianças responsáveis. Só assim conseguem atingir aquela maturidade e aquele instinto de defesa que queremos para eles.
Um dos meus filhos até a dormir partiu a cabeça. Fazia cambalhotas a dormir. EStava deitado, passava à posição de sentado e zás...inclinava-se para a frente e ficava deitado novamente com a cabeça para os pés da cama. Uma das vezes fez a manobra mal, as distâncias foram mal calculadas e o rapaz galgou as grades e foi bater na esquina da minha mesa de cabeceira. Eram 2 da manhã e aí vamos nós com ele, em pijama, com uma toalha a pressionar o buraco.
Chegando ao posto médico estava lá uma médica de cor. Quando ele a viu ainda mais berrou. Mas quando ela lhe quis cozer a cabeça, tivemos de ser nós, os pais, a segurá-lo. Foi um drama.Mas...trabalho feito e ao bom do nosso amigo serviu de emenda. Durante muito tempo, quando se deitava dizia:"o nino nã vá cair"
E o certo é que nunca mais fez cambalhotas a dormir.
Isto só para dizer que não podemos estar 24 sobre 24 h com os olhos neles. E que o perigo acontece quando menos esperamos.
Mas, confesso que também não estaria muito à vontade a ver um filho dessa idade a dormir empoleirado num carro alegórico.
Confesso que faria o mesmo.

Turista disse...

Querida Naná, eu compreendo a tua angústia, apesar de não ser mãe biológica, como sabes.
Mas acho que ainda vais panicar muitas mais vezes...
Controle é necessário.
Beijinhos.

kuka disse...

A fase pior vai ser quando começar a sair à noite. As primeiras noites vão ser passadas em claro. Depois...Bem...Depois custa um bocadinho menos.

Sophie Eu disse...

Oh, Nanázinha, é mesmo assim...
E o coração apertadinho, pequenino e quase a sair pela boca!
Mãe sofre!
Beijinhos

Nadine Pinto | Fotografia disse...

Nao hás-de ser pior que a minha mae. Eu tenho 22 anos e vim 4 semanas para a Alemanha. Acreditas que ela chora todos os dias ao telefone? Um drama.
Tenho de ser mae, a ver se entendo melhor isto. ;)

AvoGi disse...

aprende a aceitar que o teu filho já não é teu mas sim do mundo
kis :=)