3 de novembro de 2011

Pinhas

tirada da net

Este fim-de-semana que passou foi prolongado para mim e permitiu-me fazer uma série de coisas que tinha planeado há já bastante tempo.
Mas outras coisas aconteceram que eu não tinha minimamente previsto e muito menos planeado.
Como fomos até à casinha de campo deixar lá umas mobílias, o G. lembrou-se que já que o frio está aí e parece mesmo ter vindo para ficar, não demorará muito a que tenhamos que acender a lareira de nossa casa.
Então, ele lembrou-se que podíamos aproveitar e ir apanhar as pinhas do pinheiro manso que fica nas traseiras da casa de campo.
E lá fomos, os dois! De sacola numa mão e cajado na outra!
Foi tão bom!
Sim, foi! Calculo que estejam a pensar no que raio isto tem de bom e que eu devo ser maluquinha das ideias e que os parafusos na moleirinha devem estar lassos... mas não é nada disso!
É que para mim foi mais uma viagem aos meus tempos de infância, em que eu ia com o meu avô Manuel apanhar pinhas ao pedaço de pinhal bravo que temos num dos terrenos.
Eu adorava ir com ele, era sempre uma alegria ir à pinha, ao pinhão ou à caruma (que se usava para fazer cama aos animais).
Uma das coisas que mais me recordo, além do cheiro do pinhal, era o som das abas dos pinheiros a ondularem ao vento e a frescura da brisa que sentia no rosto, enquanto apreciava a sombra destas árvores.
Brincava tempos infinitos com a caruma, apanhava-a aos molhos e ia deixando cair as agulhas secas lentamente, como quem vê a areia do mar esvair-se pelos intervalos dos dedos!
Por isso, esta tarefa deu-me bastante gozo e dei-me conta de que tenho privilégios simples na minha, como poucos terão e que por vezes nem me dou conta do quão "rica" sou, só por tê-los!
O mais engraçado é que me lembro deste pinheiro manso desde que me considero pessoa e acompanhei o seu crescimento desde que era apenas uma árvore enfezada, com um tronco pouco mais grosso que o meu pulso, e agora é uma bela árvore, que dá sombra e tem duas vezes a minha altura e uma copa lindíssima!

9 comentários:

Tanita disse...

É incrivel como com apenas recordações conseguimos sentir o cheiro das coisas. A nossa memória é mesmo uma caixinha de surpresas bem guardadas.
Ah, e já acendeste a lareira? :)
Bj**

Paula disse...

Que belas memórias de infância. É engraçado como são essas coisas que custam zero que nos lembramos mais tarde e que realmente importam.

Bjs xx

S disse...

Esses momentos são tão bons!!!
Bjs

mfc disse...

Depois assavam-se um pouco essas pinhas e tiravam-se os pinões que eram comidos sofregamente!!
Fizeste com que me recordasse de coisas lindas!

Ana disse...

Acabei por viajar contigo no tempo. Tão bom, que saudades.

Beijinhos

Turista disse...

Querida Naná, são tão boas estas memórias de infância! E é engraçado como as associamos a cheiros... o cheiro do pinhal. :)

kuka disse...

Também costumo apanhar pinhas para a lareira. Este ano tive preguiça e com esta chuva que tem caído, vou ter de esperar dias mais secos. Também levo sacos! Mas... cajado?!!!

Sky disse...

Quando falaste em pinhas, lembro-me da casa dos meus avós no Rogil e iamos todos às pinhas no "médo"!depois com uma pedrinha.. iamos comendo! dava trabalho mas era uma delicia! :)

Lídia disse...

OLÁ MINHA QUERIDA!!!
NÃO É ASSIM TÃO INCOMUM COMO PARECE IR APANHAR PINHAS.

O MES PASSADO FIZ O MESMO APANHEI ALGUMAS DE PINHÕES MAS O FIM ERA APANHAR UMAS SACAS DAS GRANDES PARA ACENDER A LAREIRA!!!

1 BEIJINHO AMIGA