21 de junho de 2011

O prazer da condução!

Gosto de conduzir, adoro mesmo! 
Gosto da sensação de liberdade e movimento que me dá!
Gosto de saber que, por conduzir, posso deslocar-me sem depender de ninguém para ir de A para B e de B para C e de C para A e assim por aí fora, por estradas, caminhos, auto-estradas, IC's e IP's, para qualquer destino que necessite ou só porque me apetece!
Sempre, desde miúda, o meu sonho era saber conduzir, sempre quis fazê-lo! Porque na minha família só o meu pai sabia conduzir, e desde miúda que tinha interesse no que significavam os sinais de trânsito! As viagens entre a minha casa e a casa dos meus avós, aos fins de semana, eram invariavelmente marcadas por perguntas incessantes ao meu pai: "pai, o que significa aquele sinal do triângulo com a vaquinha? e este redondo, branco por dentro e com uma risca vermelha no rebordo?"
E havia sempre a declaração da praxe, firme e decidida: "eu assim que tiver 18 anos vou tirar a carta de condução!" ao que que o meu pai também respondia invariavelmente: "quando quiseres tirar a carta de condução, o pai paga-ta!"
Mas tal não sucedeu... nem fui logo tirar a carta aos 18 anos e nem foi o meu pai que a pagou... Só comecei a tirar a carta tinha mais de 19 anos e levei sensivelmente um ano a tirá-la entre avanços e recuos, por causa da agenda da escola de condução, por causa das férias da universidade, depois de 5 instrutores de condução: dois deles eram umas bestas autênticas! Um dizia-me que nas descidas devíamos carregar no pedal da embraiagem - devia ser para eu me estatelar no cruzamento ao fundo da descida mais depressa!!
O outro, berrava mesmo comigo! Inclusivamente mandava-me ir para a direita, eu virava à direita e ele dizia que me tinha mandado virar à esquerda e porque raio tinha eu virado à direita?! E depois ainda dizem que as mulheres é que não distinguem a esquerda da direita...
A este senhor, cheguei a pedir para mudar de instrutor, porque assim com aquele tipo de ensinamento nunca iria aprender!
Depois tive um instrutor muito bom, mas que (sem nunca me faltar ao respeito) me contava que via filmes porno nos canais da parabólica, sem que a mulher soubesse... mas com este senhor aprendi muito do que sei hoje de conduzir. Chegámos a ter um acidente os dois e tudo, levámos uma estampa por trás, porque eu parei numa passadeira e o fulano que vinha atrás ia a olhar para uma gaja no passeio. Eu gozei com a situação e dizia: "assim fico mesmo ensinada! Até fico a saber como agir em caso de acidentes!!"
Passei no código à primeira, mas na condução só passei à 3.ª... porque nos dois primeiros exames tive duas examinadores mais antipáticas que uma porta, que gritavam comigo! Uma delas chegou mesmo a afirmar que eu, para ver se vinham carros da direita ou da esquerda, tinha que virar o pescoço 90º...
Mas vi passarem pessoas que nunca seriam capazes para andar no trânsito: um não sabia estacionar o carro nem com 10 metros de espaço livre, e a outra senhora em vez de reduzir de 4.ª para 3.ª numa desaceleração; aumentava para 5.ª deixando o carro ir quase abaixo à saída dum IC... enfim!!
Mas tirei a carta!! Depois veio o drama...! Conduzir com o meu pai ao lado... era um filme!!! Levava o tempo todo a implicar comigo, que ia muito em cima da berma, e não vás tão depressa, estás a mexer nas mudanças para quê??!! olha que vais bater! E coisas assim parecidas... até ao dia em que me saltou a tampa com ele: obrigou-me a parar o carro num cruzamento e passar para o lado do pendura, porque a estrada dali para a frente era má e estreita! E eu passei-me porque para aprender temos que conduzir em qualquer estrada, estreita ou larga, com ou sem buracos! E jurei naquele momento a mim e a ele que nunca mais tocaria no volante dum carro que não fosse meu!!!
E cumpri a promessa... ou quase! Estive mais de dois anos sem conduzir! E só conduzi o carro do meu pai, uma carrinha mista de passageiros, quando por necessidade tinha que o visitar no hospital, que ficava a mais de 1 km de casa e não havia na altura rede de transportes!
Pedi a um amigo meu para me acompanhar, porque eu tinha receio de asneirar! Não conduzia havia mais de 2 anos e nunca tinha conduzido um carro tão comprido e grande. Logo no primeiro teste, ele diz-me sem mais nem quê: mas queres que eu te acompanhe para quê se sabes conduzir perfeitamente?!
E foi assim, comecei a conduzir e nunca mais deixei de o fazer! Hoje conduzo todo o tipo de carros! Grandes, pequenos, a gasolina ou a gasóleo! E com o passar dos anos e depois de o meu pai me ter oferecido o meu primeiro carro, ele deixou de dizer que eu era "bruta" a conduzir e afirmava já com orgulho: "a minha filha saiu uma grande mulher para conduzir!". Chegou mesmo a entregar-me a chave da carrinha para eu conduzir inúmeras vezes! Principalmente, porque muitas coisas no código da estrada mudaram e agora era eu que tinha que explicar ao meu pai o significado de muitos sinais de trânsito, que eram agora completa novidade para ele...
E ainda hoje, mesmo depois de 1 mega-despiste e 2 acidentes (sem culpa) nunca perdi o medo! E continuo igualmente uma acelera, mesmo depois do meu filho nascer... é claro que quando conduzo com ele modero-me um pouco...
Adoro fazer grandes viagens e há sempre uma certa disputa pelo volante, quando a família vai em viagem!...
Mas às vezes, conduzir é desgastante... porque eu posso não ser nenhum supra-sumo da condução e com certeza que não o sou! Mas tenho por hábito respeitar as regras de trânsito, os sinais, ter respeito pelos restantes condutores e se há coisas que eu detesto que façam na estrada é:
1. não dar piscas quando mudam de direcção! Por acaso o vosso carro foi mais barato??! Não traz sinais de piscas??!! Ah, então deve ser porque não querem que os outros saibam para onde vão... ou é mesmo porque são burros e preguiçosos e acham que andam na estrada sozinhos??!!;
2. que se colem à traseira do meu carro! Deve ser porque cheiro bem, não? Acham que eu ando mais depressa se se colarem a mim? Ou nunca ouviram falar da "distância de segurança"???? Quando me fazem isto, tenho por hábito ir dando uns cheirinhos no travão, a ver se percebem que caso eu trave mais a fundo, há um encontro imediato do focinho deles, com a traseira do meu carro!
3. pessoas que aceleram quando os começo a ultrapassar! Afinal, andas ou desandas?! Lembraste-te agora que tens um pedal que serve para acelerar, foi??!!
4. pessoas que não sabem bem para onde querem ir... e vão tão devagar e sem se aperceberem que há uma fila descomunal atrás de si...
5. malta que faz asneiras das grossas e depois ainda nos manda pró sítio! Devem pensar que são todos parvos e maus condutores como eles...
6. malta que gosta de atirar as beatas em andamento! Devem pensar que o meu carro é um cinzeiro, não? O teu carro também deve ter sido mais barato, não veio com o cinzeiro... a estes senhores, devia de existir um sistema de ricochete que fizesse a beata acertar-lhe de volta, em cheio no meio da testa! E acesa de preferência!
7. malta que estaciona o carro a ocupar 2 lugares (quando não são 3...)! Não há mais ninguém a precisar de estacionar o carro, pois não?!!
8. malta que estaciona o carro no lugar dos deficientes, sem o ser! Quer-se dizer, devem ser de certeza, da cabeça!!!
9. malta que gosta de andar com os máximos e os faróis de nevoeiro ligados sem ser preciso (alguns até mesmo de dia...). Sofrem de miopia agravada?? Ou estão numa cruzada para cegar os demais?
10. pessoas que têm carros de cores manhosas que não se vêem em dias cinzentos ou de nevoeiro e não sabem que devem ligar as luzes... Vocês sabem que o carro tem luzes, não sabem? Ou acham que isso é só para usar de noite escuro como o breu? É que os restantes não têm visão RX...
 
Mas apesar de existir muita gente que anda na estrada como se fossem os únicos eu continuo a adorar conduzir, a adorar ter controlo sobre uma máquina que me permite ir onde eu quero! Às vezes, ponho-me a pensar que se tivesse vivido nos tempos do faroeste, teria que ter de certezinha um cavalo... só que esses parecem ser mais complicados de "conduzir e manobrar"...

6 comentários:

Tanita disse...

Naná,
eu também gosto de conduzir, não me inibo a ir a qualquer que seja o sitio mesmo que não saiba lá chegar (o que acontece sempre) ou fiquei a muitos kilómetros de distânicia.
Mas, sempre que posso prefiro passar o volante a (ao) outro :) gosto de dormir na viagem eh eh eh mas se tiver de levar o carro não tenho qualquer problema, aliás também sempre conduzi desde que tirei a carta, já mandei um carro para a sucata(tinha a carta à 2 meses),já estive sem conduzir algum tempo mas, o pior mesmo era conduzir com o meu pai ao lado. E a minha infeliz ideia de na véspera do exame de condução ir treinar com ele? desisti logo no fim da rua! depois habituou-se a estar calado eh eh e agora quem dera a ele que o leve a pendura :)
Bj**

Naná disse...

Lolololol Tanita!! Os nossos pais são demais... o meu usava uma expressão que eu me passava mas que ficará para sempre... "chega-te para longe da berma, senão embarrancas a carrinha!"

mfc disse...

Gostei deste grito de alma... e do que te e me irrita na estrada!
Toca a andar... e disfrutar desses momentos de condução!
Conduzir também me relaxa... sem ser na hora de ir para o trabalho!

Anónimo disse...

Que tipo de letra horrorosa. Gostava de poder ler, mas não consigo, lamento!

Naná disse...

Anónimo, ainda bem que se dignou a perder tempo a comentar o tipo de letra que uso no meu blog! Obrigada pela visita na mesma! E ainda bem que se identificou!

Manuel Vieira disse...

Já tirei a carta com 34 anos. Fui sempre adiando por variadissimas razões...
Hoje conduzo com regularidade, gosto e procuro sempre respeitar o código da estrada, aborreço me com as pessoas que deliberadamente nao o fazem e colocam em risco os demais condutores.
Conduzir é de facto um prazer, gostaria de o poder fazer mais vezes mas infelizmente o carro não anda a água e ainda por cima temos que pagar em estradas onde antes se circulava, justamente, de forma gratuíta.
Cumprimentos e sempre boas viagens.