26 de abril de 2011

Trabalho é trabalho... conhaque é conhaque!

É uma grande máxima que sempre ouvi.
Nunca pensei foi de a ver posta em prática com uma classe tremenda por uma amiga minha, no meu actual local de trabalho...
Sei bem que não estamos no trabalho para fazer amigos ou para estarmos com os amigos como se estivéssemos na esplanada a beber uns copos.
Sei bem que é melhor "ser profissional", não dar confianças e deixar a vida pessoal à porta da entrada do local de trabalho.
Essa tem sido uma lição que tenho ido aprendendo à minha própria custa, já me valeu alguns dissabores e alguns sapos engolidos por conta de tentar ser "amiga" no local de trabalho. Às vezes, levamos chapadas na cara, daquelas de luva branca...
E por conta disso, fui aprendendo a analisar primeiro e a confiar depois, e não o contrário, como sempre estive habituada a fazer.
Mas desculpem lá se eu sou incapaz de ter a frieza necessária a conseguir separar certas águas. Sou incapaz para manter as relações humanas, mesmo que profissionais, "strickly professional"... Não sou capaz de me relacionar com as pessoas e não me "conectar" com elas... sem que haja alguma cumplicidade, companheirismo. Acho que as coisas funcionam melhor assim, dão melhores resultados, e para mim é fundamental que isto exista no local de trabalho, se quero um ambiente de trabalho que me motive e me faça sentir feliz por me levantar cedo e vir trabalhar!
E sim, admito, tenho feito amizades bastante sólidas com colegas de trabalho, pessoas com quem acabei por partilhar muito de mim, do meu ser, da minha vida pessoal, e com quem me encontro regularmente fora do local de trabalho, como se de um amigo de infância se tratasse.
Porque quer queiramos quer não, passamos mais horas no local de trabalho, e a relacionarmo-nos com pessoas do que propriamente com a nossa cara metade ou com os nossos pais ou filhos, e amigos de longa data!
Por isso, fiquei espantada quando vim trabalhar para este novo local, onde encontrei amigas de longa data, com quem fiz amizade nos "tempos dos afonsinhos" e uma delas me trata com a mesma frieza desprendida de quem se cruza com uma ilustre desconhecida... quase a roçar o tratamento "faz-de-conta-que-nunca-me-viste-mais-gorda-na-vida!"
Mas lá está, uns quantos tabefes de luva branca depois, aprendi: se é assim que me queres tratar, é assim que eu te tratarei!
Mas aquilo que eu sou aqui dentro, também o serei lá fora, por isso admito que dificilmente me sentarei a beber copos na esplanada com esta menina, com a mesma cumplicidade de antes...
Porque eu infelizmente não sei distanciar-me o suficiente a esse ponto, e aquilo que sou lá fora (do trabalho) sou cá dentro, e vice-versa! Isto é, se aqui dentro somos ilustres desconhecidas, concerteza que o serei de igual modo lá fora, porque o meu botão on-off não funciona com a mesma exactidão que o desta menina.

Nota de esclarecimento - percebo as razões que ela possa ter para isso, e respeito, cada qual sabe de si e faz o que melhor sente para estar bem na vida pessoal e profissional, só não sou capaz de fazer o mesmo...

1 comentário:

mfc disse...

Sou como tu... também não me habituo a essas "friezas" e a essa "competência" profissional!