Que um dia ia dar uso a esta máquina com o prazer com que o tenho feito!
By Naná |
Desde criança que me lembro dela, fazia parte da mobília e dava um enquadramento diferente ao quarto dos meus pais, onde a minha mãe fazia a sua costura!
Lembro-me de me sentar na borda da cama e observar com atenção o que ia saindo das mãos da minha mãe, com a ajuda esta máquina.
Estava sempre a implicar com ela, para que ela me deixasse enfiar a linha na agulha na máquina, que me deixasse mexer na máquina, fazer girar a roda e pedalar com aquela cadência própria, enquanto o carrinho de linhas se ia desenrolando e a agulha descrevia movimentos repetidos de subir e descer sobre o tecido que ia correndo, e assim as costuras iam nascendo!
A máquina tinha uma gaveta lateral, onde a minha mãe guardava os utensílios todos associados à costura: a caixa dos alfinetes, as agulhas de máquina, os carros de linhas, a almotolia de óleo para manter a máquina a funcionar na perfeição, a tesoura, etc.
Mas havia algo naquela gaveta que eu gostava mais do que tudo o restante: as caixinhas cheias de botões! Coloridos, de todos os tamanhos e feitios e que eram invariavelmente o objecto das minhas brincadeiras! Espalhava-os todos em cima da cama e ia brincando enquanto a minha mãe costurava.
Nunca pensei um dia recuperar a máquina e muito menos acreditei que passados 17 ou 18 anos de ela estar inactiva, sem mãos para a accionar, sem pés para a pedalarem, sem linhas a correr no seu circuito, que ela ainda trabalhasse com a mesma exactidão e a mesma cadência dos tempos de outrora!
Não sou a costureira exímia que era a minha mãe, mas estou a esforçar-me por aprender e recuperar coisas retidas nas profundidades do meu cérebro (descobri que tenho tantas...!), e criatividade e ideias não me faltam!!
Durante todo este tempo todo de inactividade, a máquina manteve-se em bom estado, protegida por uma cobertura feita em madeira, que o meu marido poliu e deu verniz e que ostenta orgulhosamente as iniciais do nome da minha avó materna e julgo que o ano de aquisição da máquina:
A. M.
1947
Trouxe-a para a minha casa e não é que se enquadrou perfeitamente no seio da mobília de estilo moderno que tenho na sala??!!
Esta é uma herança que vou decerto preservar!
2 comentários:
Parabéns! Mesmo. :)
Ainda há uma igualzinha na casa da minha mãe!
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