8 de abril de 2011

Dos pequenos prazeres da vida

Sempre gostei de estar ocupada e sempre tive hobbies, passatempos, o que lhe queiram chamar...
Uns permaneceram imutáveis, outros foram assumindo cada vez maior projecção na minha vida, outros foram sol da pouca dura, como dizia a minha mãe. (aliás, ela dizia que eu era uma pessoa de interesses fugazes e pouco duradouros... tão depressa me interessava, como logo de seguida os votava ao mais absoluto abandono e desprezo!)
Depois, a vida quotidiana foi tomando conta de mim, quando terminei o percurso académico e ingressei na vida activa. Alguns perderam-se por falta de interesse, outros por falta mesmo de tempo para lhes dedicar...
Com a vida amorosa a progredir, mais uns quantos se perderam e outros foram adquiridos, por influência e por confluência de interesses comuns.
Com a vida a dois em pleno, mais uns quantos se desvaneceram e ficaram apenas aqueles do núcleo duro, de sempre, que me acompanharam, como amigos de longa data.
Com a chegada do filhote, ganharam-se interesses aos quais apenas podia devotar tempo reduzido e aos bochechos, por virtude da atenção que o filhote precisava.
No regresso ao trabalho e no meio da tentativa de conciliação entre trabalho e maternidade, o tempo como que se sumiu e dei por mim a não ter tempo para me dedicar mesmo aos prazeres do núcleo duro, ou quando tempo havia, o cansaço vencia-me e ia adiando, adiando...
Mas agora consegui um equilíbrio e posso agora dedicar-me a alguns prazeres, só que agora são tantos em simultâneo que nem sei a qual me dedique primeiro... se bem que alguns posso desfrutar em simultâneo!
A saber:
Escrever - este sempre fez parte de mim, nunca me abandonou, e foi um drama nos tempos em que não me podia dedicar a ele...
Sentar na esplanada a beber um café enquanto admiro a paisagem - este também sempre me acompanhou e quase costumariamente combinado com o anterior. Era ver-me a escrever sentada na esplanada! (cheguei a ler um livro com um título sugestivo que achei que se adequava: "Toma um café contigo mesmo!");
Ver televisão - este é quase um vício, mas agora tenho vindo a reduzi-lo drasticamente, porque começo a entender que já pouco aprendo com o que passa na caixinha preta;
Ler - um que quase aboli, por pura falta de tempo e de força anímica, mas que agora tenho ido recuperando aos poucos;
Fotografia - outro que foi relegado para segundo plano, mas agora tenho ido retomando;
Estar com amigos - este foi o que mais falta me fez nos últimos anos, mas que tive que arranjar substitutos como o FB e o e-mail;
Bricolage; crochet, tricot, costura e afins - este adquiri recentemente e só lamento não me poder dedicar a ele com mais alma e coração, mas não se pode abarcar o mundo... mas curiosamente sempre tinha prometido a mim mesma que quando "fosse mais velha", que me havia de debruçar sobre ele;
Agricultura de trazer por casa - este foi um prazer inesperado, mas que surgiu duma sugestão quase insignificante, mas que de algum modo ficou cravado nalguma molécula do meu cérebro. Ainda só me dedico à cultura de ervas aromáticas, mas pode ser que um dia destes me vire para as flores, para colorir o meu quintal!
Mas o maior e principal prazer é obviamente brincar com o meu filhote e vê-lo crescer a cada instante!
No entanto, só lamento que os dias não fossem assim mais compridos, para eu lhes poder dedicar o mesmo grau de atenção e não ter que definir prioridades... porque isso assim parece mais uma obrigação e não um prazer...

2 comentários:

mfc disse...

Ahhh.... com que então também fotografas?!
Que óptima novidade!
Um dia temos que fazer um "safari" fotográfico... valeu?!

Naná disse...

É verdade, Mfc, de vez em quando gosto da "captura" de imagem! Tenho preferência por rostos, gosto de apanhá-los na sua espontaneidade.
Gosto de macros, principalmente do vasto colorido que a natureza proporciona. Um dia destes ponho aqui uns humildes exemplos da minha visão por detrás da objectiva!