8 de fevereiro de 2011

Se arrependimento matasse...

tirada da net

Eu já teria quinado há que séculos...!
Quando era miúda, a minha mãe tentou frustradamente e em vão ensinar-me toda a sua sabedoria de artes manuais, como lhe costumo chamar.
Ela que era mestra em costura, em bordados e crochet, tentou transmitir-me todo o seu saber, mas eu era demasiado impaciente e impulsiva e como não atinava com aquilo logo à primeira e além disso, achava na minha jovem e rebelde mente, que aquilo nunca me iria servir para nada na vida e como tal, não via qualquer interesse em levar horas a fazer e ensaiar o ponto corrido ou outro qualquer que agora não me lembro...fazer sempre o mesmo ponto era uma seca! E eu, que já nessa altura, mostrava laivos de perfeccionismo, irritava-me rapidamente com o facto de não saber fazer a linha do ponto certinha que nem uma régua...
O crochet ainda me seduziu, porque achava lindos os sapatinhos e os chapéuzinhos e as alcofinhas com flores coloridas que ela sabia fazer e vendia ocasionalmente para algumas lojas de artesanato portimonenses. Eram lindos que só vendo e faziam as delícias dos estrangeiros que nos visitavam!
Mas passados tantos anos, acho que já nem os pontos de crochet ainda sei fazer e presumo que em vez de rendas, o que saíria seria uma manta de retalhos a imitar o crochet...
Quanto ao tricot... bem, isso foi o maior cavalo de batalha que ela teve e acabou por desistir peremptoriamente, quando eu tinha 8 anos! Ainda voltei a insistir anos mais tarde, mas ela foi incisiva e recusou, porque as tentativas foram tantas e sempre falhadas... eu irritava-me porque não conseguia passar a malha de uma agulha para a outra e chegava a ter acessos de fúria, porque me sentia uma incapaz...
No entanto, sempre me dei bem nos trabalhos manuais e tudo o que faço com as minhas mãos saem sempre bem!
Mas o facto reside... não sei costurar, nem talhar roupa como a minha mãe sabia, não sei fazer tricot, bordar nem sequer tentei... e o crochet já está refundido nas memórias recônditas do meu cérebro.
O que é uma pena... porque até tenho uma velhinha Singer, que era da minha avó Alzira (essa então era mestra do bordado) e que a minha mãe usava e cujo pedalar inconfundivel chegou a embalar-me para dormir! Ainda hoje, olho para a máquina, religiosamente guardada e que ainda funciona bastante bem, tirando só algumas vezes que encrava a linha...
E como me lembro dos pedacinhos de sabão que a minha mãe usava para marcar os tecidos...
Por isso, e anos tão tarde, arrependo-me!!! Arrependo-me porque penso em como podia fazer alguma roupa para mim, e tenho tantas ideias giras!! E coisas para o meu filhote...
E ainda me arrependo mais quando vejo coisas lindas feitas com tecidos como estas ou estas e estas!!!
Por isso, das duas uma: ou aprendo através de manuais tirados da internet ou então vou tirar um curso de formação, para aprender aquilo que já podia saber e praticar há anos e que me teria sido ensinado com amor!...


4 comentários:

mfc disse...

Também tenho em casa da minha mãe uma Singer velhinha... parada!

MARIA MARIQUITAS disse...

Obrigada pela parte que me toca! Mas tu sabes que partilhamos ambas o mesmo sentimento... Olha e cozinhar? Disso também me arrependo e muito!!!

Beijinhos e põe lá a máquina a funcionar!!!

Naná disse...

Mariquitas, do cozinhar já não posso dizer bem o mesmo... não tenho a mesma mão que a minha Verinha tinha, mas aprendi mesmo muita coisa com ela, o truque das filhós fofinhas, e a receita do pudim de batata doce... e dos pastéis de batata doce!

Naná disse...

Mfc são relíquias bem valiosas, monetaria e afectivamente!