8 de junho de 2010

"Morrer é só não ser visto"

É o nome de um livro fantástico que li há uns dois meses atrás e que me fez compreender tanto da minha vida presente!
São relatos de pessoas que passaram pela experiência de perder alguém muito querido para a Morte e que de alguma forma aprenderam a viver com a ausência, com a falta física, com a saudade...!
Revi-me em quase tudo o que li... porque muito (demasiado) cedo tive que conviver com isso... tive que aprender que as pessoas que mais amava não estavam ali fisicamente, mas que de algum modo me acompanhavam. E isso foi-me dando conforto!
Mas ao ler este livro tomei consciência de uma outra realidade... a de que perdi mais uma pessoa, e mesmo muito importante, mas que de algo modo "obliterei" esse facto... e não iniciei o "processo do luto".
Por isso, hoje, passados que são 6 meses de que perdi o meu pai, acho que finalmente comecei a tomar consciência... (não que não tenha sentido falta dele todos os dias que entretanto se passaram...) e o sentimento principal que me acompanhou nestes seis meses é o de "orfandade".
Quando a minha mãe morreu, não me senti propriamente orfã... mas agora que ambos não estão comigo, por perto, é exactamente isso que sinto: orfã!
Mas de alguma forma, acredito que morrer é só não ser visto! Porque acredito que de algum modo os que amamos e que nos amaram estão ao nosso lado!...

2 comentários:

Sofia disse...

Sinto muito pelo teu pai. Não fazia a mínima ideia de que já não estava entre nós. Li quando escreveste aqui que ele estava doente mas não voltei a saber mais nada.

Não consigo, de todo, compreender esse sentimento de "orfandade", como lhe chamas. Sempre achei que era preciso ser uma Mulher (sim, com M grande) para ter perdido a mãe tão jovem e ter continuado na luta, como tu sempre o fizeste.

Sinto muito por não os teres aqui contigo para poderes partilhar o teu filhote com eles. But the show must go on. Força.

Beijinhos.
Sofia

Naná disse...

Obrigada pela força! :)