2 de outubro de 2015

Bochechas rechonchudas e caracóis

Cresces a uma velocidade estonteante, mais depressa do que sou capaz de assimilar.

Parece que ainda há dias eu ainda te amamentava de 90 em 90 minutos e tentava acalmar o teu choro gritante de má disposição e má digestão, enquanto me tentava manter acordada e mentalmente sã.

E agora tu já andas corres pela casa toda, já sobes sozinho ao triciclo do teu irmão e já aprendeste a andar sozinho na trotinete com a mestria de quem sabe mexer o volante e ir onde quer!

A nossa relação não tem sido mar nenhum de rosas, tem sido muito exigente e desgastante, tem sido duro para mim que não durmas bem e muito complicado de gerir as tuas constantes birras de vão do simples chorinho ao grito estridente em apenas 10 segundos, que me arrasa os neurónios e me deixa tipo barata tonta. Mudar-te a fralda é uma tarefa de monta, visto que me parece o equivalente a estar a lutar com um polvo, porque tu detestas que te mudem a fralda. As minhas costas gritam por descanso e a tendinite no ombro esquerdo exige alto e bom som que eu não ande sempre a aceder às tuas necessidades de colo constante, isto se quero deixar de ter dores excruciantes.

Mas o teu sorriso fácil e genuíno de menino malandro, o teu andar desengonçado, as tuas pernocas grossas e geniquentas que me deixam de sorriso apatetado, as tuas mãozinhas pequeninas que mexem em tudo e mais alguma coisa, que não deixam os armários e gavetas da cozinha em paz mais que dez minutos, os teus olhos escuros, como duas azeitonas que sorriem quando estás feliz, o teu falatório que eu não entendo porque é ininteligível neste ponto, fazem-me transbordar de amor e de alegria pela tua presença na minha vida.

Adoras estar ao ar livre e assim que vês a porta de casa aberta não descansas enquanto não vais para o quintal correr!
Achas estranha a sensação da areia da praia nos teus pés pequeninos mas depois queres sair por ali fora e não aceitas que te seguremos a mão. Porque tu és decidido e sabes que queres ir e para onde e ai de alguém que te tente alterar o caminho que queres seguir.

Tens uma energia inesgotável e uma fome de leão, adoras estar na banhoca e ficas chateado quando te tiramos de lá, exiges a minha atenção e a do teu pai constantemente, facto que temos ido gerindo da melhor forma que soubemos. Preferes o colo do pai ao meu, mas queres que seja eu a dar-te a comida e principalmente o biberão e esperneias irritado quando tentamos trocar os papéis.

Mas quando à noite, adormeces placidamente no meu colo ao ritmo do meu embalar, com o polegar na boca e a mão enfiada pelo meu decote abaixo, eu olho para o teu rosto de anjinho e abraço-te mais forte, porque quero congelar o tempo e ficar assim contigo. Nestes momentos, não quero que cresças, não quero que os meus braços se tornem pequenos demais para te abarcar na totalidade.

Meu furacãozinho!

5 comentários:

Benedita disse...

Deambula-se entre dois mundos: o da paciência e do amor. :)
Beijinhos

Maria Duarte disse...

AAAAAIIIII que crescem tão rápido...

Anónimo disse...

Beijinhos e boa semana.

gralha disse...

Há 4 anos atrás, podia ter escrito este post :)

São uma paixão (cansativa), estes nossos furacões. Beijinhos!

Amigo Imaginário disse...

Aquela mão sapudinha no decote para adormecerem... que saudades que bateram agora! ♥