31 de outubro de 2014

Donkey business



Estás enorme, mas continuas a ser (e assim será até eu morrer bem velhinha e de cabelos brancos) o meu menino, o meu bebé, o meu "caluxo".

És meigo, inteligente, divertido, teimoso (porque raio havias de herdar isto de mim??!!), extrovertido e às vezes meio palhacinho.

És um tagarela, e tens cócegas. A televisão hipnotiza-te por completo (bolas, já são duas coisas que herdaste...) e eu posso chamar por ti que tu não me ouves nem um segundo.

Adoras o teu irmão e ajudas-me quando ele choraminga e eu não o posso atender logo.

E eu vejo que andas carente. Que queres e precisas de um pouco mais da minha atenção. Porque és uma criança sensível, e com uma memória de elefante (isto herdaste do teu bisavô José!) e às vezes só te descoses passados uns dias... e eu caio em mim. E só me apetece espancar-me a mim mesma por não ter percebido no momento.

Eu sabia que teria dificuldade em abarcar o mundo, como quero sempre fazer, mas há dias em que me sinto mesmo assoberbada e por mais que veja que precisas de mim e do meu colo, não consigo fazer mais que o que faço.

Às vezes gostava de ter poderes mágicos e fazer o tempo esticar, mas outras só desejo que pudesses ter uma infância mais semelhante à minha, que foi muito mais slow-motion, muito mais liberta de stress e de correrias e de afazeres e azáfamas e tarefas e actividades.

Às vezes sonho que consigo dar-te um pouco da felicidade que eu vivi quando era pequena e sinto-me esperançosa de que os bons momentos que sempre tento proporcionar-te te ficarão gravados nesse disco rígido que é a tua moleirinha, e que um dia te ouça recordá-los com alegria.

5 comentários:

Joana disse...

<3

gralha disse...

Vai mesmo correr tudo bem :)

Amigo Imaginário disse...

O Diogo sentiu muito o nascimento do irmão. Tinha quase 6 anos e lembra-se de tudo. Lembra-se de o Vasco chorar sem parar e de mim completamente esgotada. Lembra-se de aprender a ler sozinho porque ninguém tinha tempo. Lembra-se de ajudar a entreter o mano. Só não se lembra de uma coisa: dos ciúmes que sentiu. Hoje, recorda esses primeiros tempos do Vasco com saudades. Por isso, relaxa. A memória deles é muito selectiva.

Naná disse...

Joana, beijinhos

Gralha, acho que sim :)

Amigo Imaginário, aiiiiii... não me digas isso... é mesmo disso que eu tenho receio, que ele se lembre de tanta coisa! Espero mesmo que a memória dele seja selectiva!

martinha martins disse...

ahahah adorei :)