26 de agosto de 2013

Diz que parece que fazer coisas sozinha é coisa de pessoas-meio-estranhas...

A propósito deste post da Sal, teci o seguinte comentário:

"É uma cena que me irrita mesmo, porque não se pode fazer coisas que nos dão prazer sozinhas?! Qual é o mal?!

Eu adoro ir para a praia sozinha, ao cinema sozinha e teria adorado ir à Fatacil sozinha... assim via o que me apetecia, à minha maneira e não teria perdido metade da feira por conta do ritmo dos outros..." (*)


Não sei de é de ser filha única e ter crescido um pouco a brincar sozinha, fingindo estar acompanhada, que desde cedo me habituei a fazer "coisas" sozinha. 

No entanto, na nossa sociedade, o facto de não nos importarmos e até mesmo desejarmos fazer coisas sozinha, é mal visto! Ou pelo menos, olham-nos com aquele ar de "esta fulana deve ter um parafuso mal apertado" ou "pobrezinha, não encontra nenhuma alminha caridosa que a queira acompanhar sem ser arrastado..."

E isto aborrece-me profundamente! Porque cargas d'água hei-de eu ir acompanhada a qualquer lado, só porque sim, se isso significa que das duas uma: a) um de nós está a fazer um frete tremendo, ou b) alguém abdica de desfrutar condignamente da coisa que está a fazer!??

Não sou de pagar fretes a ninguém, como tal também dispenso que os façam por mim!

Isto tudo leva-me aos saudosos anos de 1998/99 (em que eu fui tão feliz!), nesses tempos que apelidei de "a minha fase egoísta", em que não dava satisfações a ninguém a não ser a mim mesma, ia se queria ir, vinha se queria vir, ficava se queria ficar e tantas coisas coisas que fazia só porque sim, porque me apetecia! E podia!... 

Nunca me conheci tanto a mim mesma como nesses tempos, que foram deveras úteis para que soubesse quem eu sou, o queria da vida, o que não queria na minha vida (incluindo pessoas...), o que gosto muito, pouco ou nada. Descobri aquilo que me fazia vibrar e querer ir mais além, e aquilo que me fazia mal e me deixava encolhida em posição fetal, com medo ou aversão.

Esses tempos foram-me muito úteis, voltaria a passar por eles de novo sem qualquer problema, e digo muitas vezes que há pessoas que deveriam passar por uma fase assim nas suas vidas, para descobrirem um pouco melhor quem são verdadeiramente e como podem ser mais felizes.

Acho muito triste que se passe uma existência solitária, estando sempre acompanhada!
 

(*)Digamos que ainda não digeri bem o facto de que gastei 5€ num bilhete para ir ver uma feira que me interessava, para ter que andar a "toque-de-caixa" e ver tudo de relance... aliás, o pouco que consegui ver!
 

9 comentários:

sal disse...

Há pessoas muito estranhas :DDD

luisa disse...

Pois eu também tenho momentos "estranhos", porque há coisas que faço sozinha, nomeadamente passeios. :)

Maria Duarte disse...

Então, eu sou meio estranha...

Ceres disse...

Se não gostarmos da nossa própria companhia, como podemos apreciar a dos outros?! Deixai-nos ser seres estranhos a gozar os nossos momentos a sós ;-))

gralha disse...

Vê lá isto, que está tão giro (e tão verdadeiro, numa sociedade que exige que sejamos todos hiper-sociáveis):

http://happyplace.someecards.com/25864/signs-that-you-are-neither-an-introvert-nor-an-extrovert

Alegna disse...

Olha que eu sou estranha então ... lolll
Adoro andar a passear sozinha ... ao meu ritmo de máquina em punho a aparar quando bem me apetece :)
Mas sabes acho que a nossa sociedade é que nos incute essas ideias ... lembro-me que quando me separei me parecia estranho ir sozinha ao cinema achava que toda a gente me olhava de modo estranho ... lolll
Mas gosto de andar só ... prefiro a andar com ppl que não gosta ou não aprecia o que eu quero ver ...
Beijinhos

Carla disse...

Por onde começar ???

Bem entao eu nao podia ser mais estranha. Adoro a minha companhia, e já viajei muito sozinha.

Espetacular e nao trocaria esses momentos por nada.

Todos precisamos desses momentos e o que os outros pensam, nao interessa ;-) x

Naná disse...

Está visto que de crianças e de loucos, todos temos um pouco ;)

Gralha, adorei! Muito bom

Paula disse...

Eu ADORO fazer coisas sozinha... passeios a pé, ir à praia, ao cinema... e até viajar!!! Madrid comigo mesma é uma das viagens que recordo com mais carinho.

Quem não está bem consigo próprio não pode estar bem com os outros... ;)