17 de julho de 2013

A arte de perder

A arte de perder não é difícil de dominar
Há tantas coisas que parecem cheias do propósito de serem perdidas,
Que a sua perda não é nenhuma desgraça.


Perca qualquer coisa todos os dias.
Aceite a perturbação de perder as chaves de casa, da hora desperdiçada.
A arte de perder não é difícil de dominar.


Depois pratique a perda um pouco mais, mais depressa:
lugares, e nomes e para onde era suposto viajar. Nenhum deles trarão desgraça.


Eu perdi o relógio da minha mãe. E vejam!
A minha última ou a minha "após a última" de três adoradas casas foram-se.
A arte de perder não é difícil de dominar.


Eu perdi duas cidades, belas cidades. E mais além,
alguns reinos que possuía, dois rios, um continente.
Eu sinto a sua falta, mas não foi desgraça nenhuma.


Até mesmo perder-te (a voz trocista, um gesto que adoro)
Não devo ter mentido. É evidente que a arte de perder
não é dificil de dominar,
mesmo que pareça que (escreve-o) que é uma desgraça.*


One art
by Elizabeth Bishop


The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster,

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.


* - tradução livre pela minha humilde pessoa - sinceras desculpas ao tradutores profissionais!

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