tirada da net |
Vá-se lá saber porquê, nunca fui muito dada a ler
livros de autores portugueses, em particular os de autores mais contemporâneos.
De alguma forma,
parece que os títulos(*) dos livros não me despertam a atenção
como os de autores estrangeiros.
É estúpido, eu sei... porque já li livros de quase todos os grandes autores portugueses (clássicos) e sei bem que somos um povo de poetas e escritores geniais!
Mas nas raras vezes em que pego num livro de um
autor nacional com algum entusiasmo e sem aquela vozinha chata e
impertinente do subconsciente, a dizer que possivelmente vou ter uma desilusão (Pedro Paixão, com Porto Kyoto) e que o dinheiro que gastei no livro deste ou
daquele novo escritor da nossa praça, sucede que acabo por ter
surpresas bem boas e descubro talento a rodos.
E eu gosto tanto de
descobrir talentos da escrita!! Parece quase que descobri um tesouro!
Foi o que me sucedeu quando decidi comprar o livro
"O teu rosto será o último" do João Ricardo Pedro. Ao
ler a sinopse, que dizia que a história começava no dia 25 de Abril
de 1974 e tendo passado poucos dias sobre a sua comemoração, e
estando eu ainda imbuída do espírito da liberdade e da democracia,
não demorei muito a decidir que ia levar esta história para ler!
Não só não me desiludiu, como senti que
descobri um tesouro de escrita criativa. Deliciei-me a ler esta
história, dei por mim a rir à gargalhada em alguns capítulos e
noutros senti um nó na garganta de tristeza contida.
É uma história bem como eu gosto: corrida e rápida
de ler e cheia de pormenores que se interligam de formas insuspeitas
e inesperadas! Daquelas a que não descanso enquanto não chego ao
final...
O João Ricardo Pedro recebeu por este livro o
prémio Leya 2011 e julgo que foi mais que merecido! Além disso,
gostei da humildade que demonstrou no dia em que recebeu o "galardão"
e principalmente o facto de ter sabido agradecer a quem lhe
possibilitou pôr este rasgo de escrita no papel, a esposa!
É caso para dizer que o melhor que lhe podia ter
acontecido, ao autor, foi ter sido atirado para o desemprego...
Atenção, nada de começarem a pensar que eu concordo com o PM quando diz que o desemprego deve ser visto como uma oportunidade de mudar de vida...
Porque como diz o próprio João Ricardo Pedro: "...existem neste momento tantos desempregados em Portugal que a probabilidade de um deles ganhar o prémio Leya era bastante elevada..."
(*) - para explicar num outro dia
4 comentários:
Gostei do título, tenho uma relação estranha com títulos se gosto temos namoro ;)
Gostei deste.
Fiquei com vontade de ler;)
Já estava curiosa após as palavras do autor que me encantaram,quando recebeu o prémio,
Lemon, comigo também é assim!
Borboleta Serrana, eu adorei mesmo! Até fiquei triste ontem por já não ter mais para ler...
Também fiquei curiosa, vou esperaar que venha para a biblioteca.
De outros autores portugueses jovens recomendo "Materna Doçura" de Possidónio Cachapa, e "O Apocalipse dos Trabalhadores" do Valter Hugo Mãe, uma delícia.
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