8 de junho de 2011

Suave embalar


Quando era miúda, numa ida a casa duma colega da minha mãe, para brincar com o filho, que era da minha idade, vi pela primeira vez uma cadeira de baloiço. Era linda, imponente e destacava-se claramente numa sala cheia de mobília igualmente clássica. Quando a Dr.ª Antónia percebeu o meu fascínio, convidou-me a sentar, para experimentar a sensação. E assim que comecei a sentir aquele ritmo cadente decidi mentalmente na minha cabeça, com pouco mais de 6 anos que na minha casa, quando fosse grande, iria obrigatoriamente existir uma!
Vi muitas ao longo dos anos que se seguiram em feiras de artesanato, e que me deixaram especada em contemplação...
E sim, na minha casa existe uma cadeira de baloiço. Mas que foi comprada pela combinação daquela decisão mental na infância e a necessidade de poupar a minha coluna, quando o meu filhote nasceu.
Comprámo-la no preciso dia em que o F. completou dois meses, e fomos ao Ikea de Sevilha propositadamente para a comprar. Eu que sempre tinha imaginado uma cadeira de baloiço clássica, acabei a comprar uma toda monernaça e simplista.
E ontem, enquanto embalava o F. para dormir como fazemos eu e o pai, todas as noites desde que ele tinha 4 meses, apercebi-me que aquela cadeira, muito mais do que um desejo de criança ou uma necessidade, é um elemento fundamental na minha relação com o meu filho.
Dizem os bons conselhos que não se deve embalar uma criança para dormir, e que devemos simplesmente colocá-la na cama, para ela aprender a dormir sozinha, porque depois não quer outra coisa, etc, etc, etc, etc...
Mas o facto é que eu adoro aqueles 5 a 10 minutos em que me sento com o meu filho nos braços e o vejo adormecer lentamente ao ritmo cadente daquela cadeira, que acabou por se tornar um espaço de intimidade sui generis entre mim e o meu filho. Acho que vou para sempre gravar na memória, todas as noites de embalo do F. como momentos de paz, sossego e harmonia.
E por mais que a sabedoria e o bom senso digam para não embalar o menino, eu digo que quero embalá-lo! E hei-de fazê-lo enquanto puder e o F. quiser que eu o faça... 

(mais problemático será quando um dia tiver um segundo filho, e o F. continuar a querer o seu lugar de destaque, na cadeira de baloiço...)

4 comentários:

Tanita disse...

Quando o F quiser a cadeira, compras outra talvez clássica como a que tens de memória da tua infânica :)
Eu também embalo o Manel, e não é por isso que não dorme sozinho.
Bj**

mfc disse...

Nessa altura ele vai sentir que não pode mais ocupar o lugar por "culpa" do irmão! Sei que custa... mas como em tudo, o "desmame" é necessário!

Um beijo amigo.

R disse...

Olá Naná,
Quando os meus filhos eram pequenos não tive cadeira de baloiço, mas passei muito tempo com eles ao colo,para que adormecessem, sentada e ainda mais de pé de um lado para o outro, porque os rapazinhos eram maus para dormir, principalmente o mais velho. Mas a minha nora tem, desde que teve o meu neto Rodrigo e com esses sim, muitas vezes os embalei na cadeira de baloiço. É bom, quando as criaturas são boas para adormecer, não era o caso dos meus filhos, que tenho a certeza não haveria cadeira de baloiço que me valesse.
Beijokas

Naná disse...

Tanita, mesmo que o F. não queira a cadeira, eu hei-de comprar uma clássica para a minha casa de campo, para me embalar tapadinha com uma manta, para quando for velhinha!
Mfc, pois custa, mas tudo se resolve!
Mariinha, o F. nem sempre foi assim bom de adormecer... meses seguidos houve que era o cabo dos trabalhos... mas garanto que a minha coluna já toda torta me agradeceu muito pela aquisição! É que o F. sempre foi pesadote... e andar com ele às costas durante 45 minutos ou mais...