9 de junho de 2011

Reaprender

Hoje começo novamente a aprender a comer!
Podem chamar-lhe dieta ou coisa assim, mas para mim é antes de mais uma segunda reeducação alimentar. (Sim, porque já houve uma primeira há 3 anos atrás!...)
Ontem, após um ano de interregno voluntário de acompanhamento pela minha nutricionista, voltei ao seu consultório, para que ela me ajude nesta caminhada que preciso fazer, com o objectivo de perder entre 15 a 18 kgs.
Tal como da primeira vez, não fui lá em busca de receitas milagrosas para abater uma bóia de salvação que se agarrou em torno da minha barriga e ancas. Fui lá para que me definissem regras e indicações precisas sobre como, quando e o que comer e em que quantidades!
Não é que não saiba, porque ela ensinou-me durante cerca de um ano e meio a comer como deve ser: a que alimentos dar preferência, os intervalos entre cada refeição, os alimentos a evitar (e não me foi banido o pão), as quantidades a ingerir (aqui um ponto fundamental... porque eu sou literalmente um aspirador a comer - como muito e depressa).
Quando lá fui pela primeira vez tinha menos 6 kgs do que tenho hoje e só a respeitar o plano alimentar inicial (que segui à risca) perdi 7,5 kgs em um mês e meio. Sem sequer fazer desporto (outro calcanhar de Aquiles - sou uma preguiçosa no que toca a exercício físico e adoro um bom sofá...) conseguir reduzir peso e largura gradual e saudavelmente. 
Depois engravidei e ganhei ao todo 18 kgs. Mas se ela não me tivesse acompanhado nessa altura, calculo que teria sido um desastre ainda maior...
Mas quase um ano após o nascimento do meu filho tomei a decisão de parar de ser acompanhada... porque eu estava num estado emocionalmente debilitado pela morte do meu pai. 
Os 11 kgs que perdera após o parto e durante a amamentação regressaram furiosamente - ganhei 5 kgs em menos de um mês quando o meu pai faleceu! Refugiei-me na comida, comia quantidades loucas de comida, estava a comer a toda a hora e ingeria quantidades significativas de doces e chocolates (a minha grande perdição).
E por mais abordagens que ela tentasse nessa altura, era escusado! (chegou a fazer-me um plano que consistia em comer durante 1 semana inteira, só chocolates, bolachas, bolos e coisas carregadas de açúcar, para ver se eu enjoada definitivamente! Mas eu recusei-me liminarmente a segui-lo...) 
A minha força de vontade tinha simplesmente desaparecido... e aprendi que só quando se quer, quando o nosso psicológico está motivado é que conseguimos atingir este tipo de objectivo! E conseguimos alcançá-lo com muito menos esforço do que se não estivermos para aí virados...
E agora sinto-me motivada o suficiente para retomar a minha reeducação alimentar!! E desta feita conjugada com exercício físico que iniciei numa base regular há 1 mês!
Podem pensar que quero perder peso por questões meramente estéticas... mentiria se dissesse que não é uma das razões (afinal de contas, a minha prima do coração casa daqui por 3 meses e eu tenho que caber num dos vestidos mais bonitos que já adquiri!), mas a principal razão não é essa certamente:
Eu vou perder peso porque disso depende a minha saúde! Porque me sinto enauseada se subo um lanço de escadas maior ou a uma velocidade mais rápida... e isto não pode ser!!! Porque fico à rasca com dores na zona lombar quando estou muito tempo de pé... porque a minha coluna já massacrada por uma lordose não se aguenta muito tempo a suster o peso excessivo que adquiri!
Porque ando quase sempre cansada e sem acção e essa não é a imagem que quero transmitir ao meu filho...
E porque detesto aperceber-me que visto 2 números acima do que sempre vesti e tenho um roupeiro cheio de roupa que já não me serve...
E porque como de forma desregrada, isso tem claramente tendência para estabelecer um mau exemplo para o meu filho. Como posso exigir-lhe que coma sopa e legumes se eu própria não o faço??!!
Por isso, aqui eu estabeleço um limite e digo "Basta"!!
Vamos lá aprender a comer como deve ser!

(*)Uma curiosidade: todos os planos alimentares que a minha nutricionista me passou descrevem perfeitamente a alimentação que a minha mãe me dava quando eu era miúda... a comer iogurtes de aromas em vez daqueles gulosos com stracciatella e nuggets de caramelo. Passei (voltei) a comer bolacha Maria e não as da secção gourmet. Passei a comer fruta numa série de refeições, hábito que tinha abandonado e substituído por barritas disto e mais aquilo, mas que no fundo estão carregadas de açúcar e gorduras saturadas. Passei a acompanhar a carne e o peixe com legumes e não com batatas fritas e outro tipo de coisas processadas...
Ás vezes penso que precisava de ir a um "Peso Pesado" para matar isto em três tempos, mas acho aquilo demasiado exploratório da condição humana...

7 comentários:

Bella disse...

Esta é história de vida de muito boa gente. Ando a fazer isso à cerca de um mês e os resultados têm sido positivos. Mas todos os dias tenho de lembrar a mim própria, que a verdadeira dieta não começa da boca mas sim na cabeça, porque aquilo que não pode faltar mesmo é a força de vontade.
Bjs e bom fim de semana

Ni! disse...

Minha querida!!! Parabéns por teres finalmente tomado a iniciativa :) Conhecendo-te, sei que vais ser bem sucedida, muito bem sucedida! Como sabes, também estou na luta por um peso aceitável. Não tinha tantos a perder, tinha cerca de 10 e mais de metade já foram. Gradualmente, sem pressa e já se nota muito. Não estou a ser acompanhada e cometo os meus pecados, claro, mas mesmo assim não me posso queixar dos resultados. Abraço de coragem e sempre que precisares, estou "ali" no sítio do costume!

Naná disse...

Bella, é isso mesmo! A dieta está na cabeça sem dúvida! Bom fim de semana para ti também :)
Ni, obrigada pela força! E já sei que quando me der para fraquejar é pedir-te um help! Dá-me logo nas orelhas tá?!

mfc disse...

Muito boa sorte.
O importante é gostarmos de nós e sendo isso necessário, tudo que se possa fazer para alcançar esse objectivo é importantíssimo.
Beijinhos.

Smareis disse...

Preciso também com urgência de reeducar minha alimentação, sempre estamos deixando pra depois, e quando vemos tudo se transforma em kilos a mais. Gostei muito de conhecer seu espaço. Voltarei mais vezes... Um abraço!

Ana C. disse...

Muita, muita sorte.
Eu estou plenamente convencida que a comida é uma espécie de droga emocional e precisamos de estar fortes por dentro, para conseguirmos deixar de depender dela.
YOU CAN DO IT :)

SofiAlgarvia disse...

Boa sorte!
Que tal se nos fores contando as tuas etapas - estilo diário ou semanário, para não saturares. Ajuda-te a ti, porque ao revelares o que fazes, aumentas o teu nível de envolvimento e de responsabilidade, porque sabes que alguém lê, e ajuda-nos a nós (a mim) a tentar fazer o mesmo. O que achas?
Bjnhos