7 de junho de 2011

Os segredos que encerra

By Naná

By Naná

Sempre tive um certo fascínio por casas antigas, principalmente por aquelas ditas senhoriais ou de famílias abastadas e origem nobre.
Desde criança que ficava a contemplar do lado de fora, a imaginar como seria o seu interior, a sua compartimentação, a mobília que a preenchia, os quadros que a decoravam, os cortinados e os reposteiros em cada janela.
Depois punha-me a imaginar as pessoas no seu interior... imaginava desde os hábitos diários às roupas, à criadagem. Porque eu sempre achei que nestas casas haveria com toda a certeza criados ou serviçais, para ajudar a Senhora a vestir-se, o Senhor a aperaltar-se, as cozinheiras e as governanta para assistir na organização e lides diárias duma casa destas!
E sentia um desejo enorme de poder lá entrar, passear pelos quartos e corredores, ver a vista das janelas, conhecer a cozinha e os pátios, caso os houvesse...
Mas nas poucas casas deste género em que pude entrar, foi apenas porque as aproveitaram para edifícios onde se prestam serviços eminentemente públicos. E aí já os quartos foram convertidos em gabinetes de trabalho, carregados de secretárias e computadores e cablagens espalhadas por todo o lado, e as salas de estar são usadas como salões nobres ou salas de reunião, algumas das vezes desvirtuando por completo aquilo que aquela divisão fora outrora...
A casa que está retratada na imagem fica metros abaixo da minha casa actual e todos os dias passo por ela e penso comigo: o que eu gostava de poder entrar lá dentro! Mesmo que à socapa... 
Foi com tristeza que há umas semanas atrás me apercebi que o abandono a que se encontra votada, levou a que o telhado, cansado de se suster, caísse parcialmente, destruindo parte da identidade desta casa, denotando que é impossível estas casas resistirem à passagem dos tempos, sem que lhes seja dada manutenção...
Mas uma destas tardes, vou ver se consigo passar do portão imponente e enferrujado pelas intempéries e explorar o interior desta casa que tanto me intriga. E quem sabe, conseguir subir àquela varandinha e observar a vista lá de cima sobre a vila vizinha!?

5 comentários:

Tanita disse...

Eu também adoro esse tipo de casa. Aqui em Sintra é de partir o coração a quantidade dela que existem assim abandonadas.
Mas tu tem cuidado ao entrares nessa casa, as coisas podem estar frágeis.
Bj**

Naná disse...

Ai Tanita, não me fales de Sintra, quando lá fui a primeira vez fiquei absolutamente hipnotizada! Fiquei a imaginar as caleches e as carroças, como o Eça de Queiroz descrevia nos Maias. As damas com os seus vestidos de arrojar pelo chão!
Obrigada pelo cuidado!

mfc disse...

Tem piada... praticamente tratamos o mesmo tema hoje nos nossos blogs!
Uma coincidência gira... e também de pontos de vista!

Naná disse...

É verdade, Mfc! Já tinha o post preparado há uns dias!

Me,myself & I! disse...

Não te aconselhava a ir...olha se o outro bocado que falta resolve desabar contigo lá dentro?