9 de maio de 2011

Intuição, crise, pessimismo, dificuldades

Nos dias que correm é complicado manter um lado meu, que sempre me caracterizou, de forma intacta e intocada, que é o optimismo!
Parece que o facto de estarmos a viver uma crise economico-financeira sem precedentes é sinómino de que temos de adoptar uma postura cabisbaixa, constantemente carregada de preocupações com o que "por aí vem" e sombria, como a de um doente que espera um diagnóstico tenebroso.
Nunca fui pessoa de me deixar levar pelo pessimismo, e sinceramente, luto contra isso com todas as minhas forças!
Sim, vivemos tempos difíceis, eu sei! Sim, as coisas vão piorar, eu também sei, e em boa verdade, estou farta, fartinha de tanto ouvir isso, até à exaustão!... Acho que anda todo o mundo a gastar as energias a martelar nesta mesma tecla, em vez de as empregar em soluções e formas de sairmos deste buraco que nos metemos ou nos meteram, sei lá!... Porque agora que o leite está derramado, não vale a pena estar a chorar, temos que arregaçar as mangas e limpá-lo e arranjar dinheiro para comprar mais! (nunca um ditado popular fez tanto sentido como este faz agora!)
Eu sei que temos que poupar e que ponderar despesas e gastos extras (até o PR o adverte), mas que querem que faça... os meus instintos, a minha intuição dizem-me que agora é tempo também para investir. E que o momento para o fazer é agora e não daqui a uns meses...
Sim, deveria agarrar-me às poupanças que tenho no banco e não as enterrar a fazer arranjos numa casa, que depois poderei arrendar. Mas eu olho para a realidade à minha volta e vejo que os bancos já não emprestam a ninguém, mas as pessoas continuam a precisar de viver em algum lado, por isso recorrem ao arrendamento.
Porque eu também sei que agora vou lá gastar dinheiro, mas creio que talvez daqui por um ano, o dinheiro do arrendamento pode dar-me alguma margem, e poderei com alguma boa dose de rigor e auto-controlo, ir repondo aquilo que tirei agora do banco, a título de investimento. Porque sejamos francos, as taxas de juro de depósitos não estão nada atractivas...
Por isso e ao contrário dos conselhos que me dão, que me tentam chamar "à razão" e "fazer ver que os tempos não estão para aventuras", eu não acho que vender uma casa para com o dinheiro da venda amortizar outra seja uma boa opção, pelo menos para já não... Não vejo que venha daí nenhum ganho... porque provavelmente iria ter a casa à venda tempos infinitos (lá está, os bancos já não emprestam), e se a vendesse seria por uma bagatela... Assim, se a arranjar agora para arrendamento, também a valorizo em termos de valor de venda. Daí acreditar que gastar dinheiro agora, pode ser sinónimo de rentabilidade no futuro.
Eu sei que vamos ter que viver com menos, e sei que serei perfeitamente capaz de o fazer, mas neste preciso momento, acho que há coisas que ainda são absolutamente desnecessárias, estar a fazer sacrificios sem saber ao certo para que servirão... e prefiro nem sequer remexer muito nas medidas da Troika, porque senão começava já a deixar de dormir, a pensar se não ficarei no desemprego (com eles a quererem cortar nos contratos a termo para a administração local e a quererem extinguir empresas públicas...)
E por isso, vou tentanto resistir a este mundo entristecido e deprimido, com o meu optimismo e com a minha dose de esperança no futuro: sim vamos viver com muitas dificuldades, mas vamos viver e havemos de sobreviver, de alguma maneira!

5 comentários:

mfc disse...

Continua a sorrir enquanto puderes!
Concordo contigo... sacrifícios, só quando tiver mesmo que ser.

Naná disse...

A sério, Mfc, temos que deixar de nos auto-comiserar com esta veia de fado eterno do português! Olhamos para aquele vídeo promocional dirigido aos Finlandeses e pensamos: se somos assim tão pioneiros, inventivos, aventureiros; como é que nos deixámos meter neste buraco?!

Tanita disse...

Naná,
Também sei que os tempos que aí vêm podem ser muito piores, mas vamos deixar de viver? não será que já tivemos assim neste estado? mas se calhar não havia tanta comunicação social a bombardear o pequeno povo que vive com as calças na mão e ainda nos incutem a ideia que vamos ficar (novamente) de cuecas. Os tempo não são fáceis, eu sei, mas será que temos deixar de respirar?
Bj**

O Celeiro 1 disse...

Olá estive andando pela redondeza visitando alguns amigos e passei em frente a sua casa (blog) e estava toda iluminada...entrei e me encantei com o que vi!
Quando você tiver um tempinho, passa lá em CASA para um café e se resolver ficar, coloco meu melhor traje e venho também para ficar !
Abraço
Da vizinha Valéria, mas pode me chamar de Vá!

Naná disse...

Tanita, eles querem fazer-nos crer que vamos ficar de fio dental, e pode até ser que não andemos muito longe disso...

Casa decorada, obrigada pela visita! Já fiz uma visitinha e acho que vou aceitar a sua oferta!