17 de maio de 2011

Alzira

Era a senhora minha avó (materna)!
Hoje completaria 99 anos.
Quem a conheceu e me conhece, afirma que sou praticamente a sua reencarnação, pelo menos no que toca a personalidade e (mau) feitio!
Não sei se corresponde à verdade, porque ela faleceu exactamente 8 meses e 2 dias antes de eu ter nascido, e segundo a minha mãe contava, morreu na madrugada do dia em que iria saber que ia ser avó da minha pessoa... o que foi um grande desgosto para a minha mãe, porque o maior sonho da D. Alzira era ser avó!
Costumo dizer na brincadeira (mas a falar a sério) que a D. Alzira deu o golpe do baú e que se hoje sou "herdeira" devo-a a ela, por ter casado aos 21 anos com um sr. rico solteirão de 78 anos, um pouco empurrada pela família e pela necessidade, já que eram pessoas de parcas posses.
No entanto, enviuvou e casou com o meu avô, homem paciente mas igualmente trabalhador!
Sempre ouvi falar dela, e principalmente, porque se acaso ela não tivesse falecido uns meses antes, teria herdado, além dos bens imóveis, o seu nome próprio!
Quem a conheceu e se relacionou com ela, conta que ela era uma mulher de fibra, muito determinada e trabalhadora.
O meu pai, seu genro, dizia que a D. Alzira era pessoa de um "mau génio", e que a mostarda lhe chegava fácil e rapidamente ao nariz (confere comigo...), e que dizia o que pensava doesse a quem doesse (bate certo!), não descansava enquanto não atingia os seus objectivos (check), não baixava os braços perante as dificuldades (mais um check... se bem que nos dias de hoje já começo a querer contorná-las) e era uma força de trabalho (já fui mais... confesso). Mas o tal "mau génio" que o meu pai relatava, dizia ele ser compensado em igual medida por uma generosidade profunda, perante os necessitados (também me dói saber que há pessoas a passarem necessidades).
A coisa que mais recordo ouvir dizer dela era que era incapaz de ver alguém com fome ou maltrapilho. E que recolhia as pessoas que lhe batessem à porta para lhes dar um prato de comida quente e encontrava sempre roupa para oferecer, por vezes, chegava a vesti-los da cabeça aos pés, contava o meu pai.
Não a conheci, e tenho pena por ter sido assim... mas às vezes penso nisso e acredito que das duas uma: ou nos íamos dar muito bem ou muito mal, por sermos assim tão parecidas!

4 comentários:

mfc disse...

A D. Alzira tinha fibra... e a neta também!

Naná disse...

Esqueci-me de dizer que também partilhamos outra característica: a falta de paciência!

Tanita disse...

Que avó! pena não a teres conhecido, mas herdaste a sua personalidade forte e decidida. Bela herança sim senhora!
(eu também não conheci as minhas avós e curioso dizem que sou tal e qual, até fisicamente, a minha avó paterna, só que ela tinha olhoa azuis )
Bj**

Naná disse...

Tanita, já as parecenças físicas é diferente: há quem diga que eu sou a versão feminina do meu pai. Um dia faço um post sobre isso!