A vida tem ironizado comigo! E muito...
Há 15 anos e meio, quando a minha mãe faleceu, prometi a mim mesma que só voltaria a comemorar o Natal com o espírito correspondente quando ele voltasse a ter significado de família para mim, e chamem-me maluca, aos 16 anos, achava que isso só seria possível no dia que tivesse um filho.
Por isso, ao longo dos últimos 15 anos, não mais montei árvore de Natal, não mais houve presépio em minnha casa, nem luzes, nem nada assim parecido.
A pouca família que me resta sempre me acolheu a mim e ao meu pai nas festas natalícias e isso para mim bastava-me! Sem desmerecer a minha família, que têm sido um pilar na minha existência e todo o meu apoio além do meu companheiro, o Natal mesmo assim não era comemorado, pelo menos por mim, com aquela vontade, aquele entusiasmo de antes... porque alguém me faltava, para preencher um vazio que ficou com a partida da minha mãe!
Ela embelezava os meus Natais de uma forma muito simples, mas quando isso desapareceu, percebi a dimensão da importância que tinham na minha vida. Ela comprava as minhas prendas quase 1 ou 2 meses antes e tentava sempre esconder onde eu não descobrisse, mas eu encontrava-as sempre, sempre! E abria-as... com muito cuidado, sem danificar o papel de embrulho. Via o que era (matava a minha curiosidade) e depois punha tudo de novo no seu lugar! É claro que ela percebia sempre que eu já tinha ido abrir o presente... lembro-me de uma boneca linda, que eu adorei tanto, que me custou voltar a por na caixa... e nesse Natal, o dia 25 parecia nunca mais chegar...
E depois no Natal, a minha mãe fazia sempre pastéis de batata doce, que me fazem água na boca até dizer basta!
E com ela isso desvaneceu-se!
Por isso, jurei! Só voltaria a montar o pinheiro quando tivesse um filho, porque aí sim, teria razões bastantes para comemorar!
E realmente tenho!!! Todas e mais algumas... porque sim, já tive um filho. E porque ele nasceu no dia de Natal! Por isso, mesmo que não quisesse assinalar o dia, como poderia não haver festa em minha casa???!!!
Por isso, este ano houve pinheiro de Natal (com luzes e tudo!) e presépio e os pastéis de batata doce... bem, esses... uma amiga minha, há uns anos "tramou-me" e convenceu-me a ensinar-lhe a receita dos pastéis da minha mãe, e então de há 6 anos para cá há sempre pasteladas!
Agora digam lá que não é ironia??!!
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