20 de maio de 2010

Flecte, insiste, flecte, insiste...

É este o método que nós, humildes cidadãos portugueses, temos que usar quando lidamos com repartições públicas e seus funcionários...
Tive que me deslocar às Finanças para requerer isenção de IMI para a casa nova que adquiri... sabia que no mínimo tinha que alterar o domícilio fiscal, mas pouco mais...
Pedi ao chefe para tirar um bocadinho e ir ali à repartição (só cerca de 54 kms de distância do local de trabalho) e quando lá chego, sou recebida por uma funcionária que me anuncia alegremente que não havia sistema informático e que como tal não podiam fazer rigorosamente nada - sinónimo de "feriado nacional remunerado", daí a alegria contagiante que a dita exibia!
Ora esta sensação de feriado nacional remunerado foi tal que a inibiu por completo de dar mais qualquer informação... como por exemplo, que documentos seriam necessários...
Uma semana volvida, regressamos lá (eu e o meu respectivo...) e a mesma funcionária diz com a sua voz muito estridente - o que lhe valeu o baptismo de galinha ou gaivota - que para requerer a isenção do IMI é necessário projecto da casa com carimbo da Câmara Municipal da terreola e a planta de localização... e claro, gastar dinheiro na tesouraria do fisco, num dito Modelo I do IMI. Como a fila nunca mais terminava, ficou para outra investida...
Então eu, resignei-me e fui perder tempo à Câmara para solicitar o dito projecto com a dita planta de localização... confesso que me pareceu estranha a exigência, dado que 4 anos antes tinha pedido a isenção e não me tinha pedido nada destes documentos... enfim!
Saio da Câmara satisfeita de ter sido atendida em 10 minutos na secção de obras - coisa rara, nunca dantes vista!
Vou à tesouraria do fisco comprar o modelo I que a "galinha" exigia!
Paguei 80 cêntimos por dois papéis (mal e porcamente) fotocopiados e que à primeira vista me pareciam exactamente iguais. Mas como tinha ainda uma dúvida, fui novamente ao balcão do IMI para a colocar.
Sou atendida por outra funcionária... e esta faz uma coisa brilhante, a meu ver: antes de me responder à dúvida, pergunta qual o artigo sobre o qual quero pedir isenção. Eu como só queria ver respondida a minha questão, insisti... e ela insistiu também em primeiro consultar o "estado" do art.º matricial. E eu começo a discorrer sobre o que me tinha pedido a colega "galinha", quando ela me diz que nada disso, bastava preencher um impresso, que nem se paga e apresentar cópia da escritura de compra.
Ora nem pestanejei... se assim é, vamos lá já tratar disso!...
E foi assim que consegui...
Mas no fim das contas tive que ir lá 3 vezes para resolver uma coisa que tinha resolvido logo na 2.ª ida...
Fiquei a arder com 80 cêntimos no impresso que não era preciso...
E ainda tive que regressar à secção de obras e perder 45 minutos para dizer que já precisava do projecto e da planta (isto porque sou uma pessoa decente e achei por bem não fazer desperdiçar tempo aos funcionários camarários - que estão sempre também muito mas muito ocupados!).
Resumindo, se temos que ir a alguma repartição pública, o melhor é saber mais do que eles e nunca nos ficarmos com apenas a primeira informação...!
E agora pergunto: aquela "galinha" está lá a fazer o quê???? quem me paga a gasolina que gastei para lá ir e as horas de trabalho que pedi ao patrão para não trabalhar?? e o tempo que perdi na câmara, quem paga???
E só não gastei mais uns belos oiros no projecto e na planta porque me surgiu uma dúvida...!

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