Ontem estava a ver o programa 30 minutos da RTP e não pude ficar indiferente a uma das reportagens, porque me doeu no coração... e me trouxe reminiscências de um tempo que preferia obliterar da minha existência.
Falo do voluntariado de um piloto no IPO, para ajudar crianças com leucemia a minimizar o peso daquela doença...
E recordei-me de uma criança que me impressionou, numa das vezes que tive que acompanhar a minha mãe ao bloco de análises do IPO... fiquei tão impressionada com um rapazinho de 2 anos!
O brilho dos seus olhos desvanecia-se e ficava cada vez mais pálido... a cabeça desprovida de cabelos e ocultada quase vergonhosamente por um boné, e a incerteza de saber como se devia brincar, porque a ansiedade de ser espicaçado mais uma vez concerteza lhe tolhia toda a espontaniedade...
Apesar de tristeza que sentia pela minha mãe, o meu coração ficou mais apertado ao olhar para aquele menino, que ainda nem tinha aprendido a ser criança e já lhe pediam sacríficios como a muitos adultos nunca foram pedidos...
E ontem, ao ver aquelas crianças, cuja existência se pauta quase exclusivamente por percorrer corredores e salas de hospitais e os amigos que têm (além dos pais) são médicos, enfermeiros, auxiliares e voluntários, senti um aperto ainda maior... uma tristeza brotou repentinamente e senti a dor daqueles pais!
E ainda bem que há pessoas como aquele piloto, que dedicam o seu tempo a tentar alegrar aquelas crianças e fazê-las esquecer momentaneamente o local onde estão e a razão por que ali estão!
Admiro pessoas como ele, porque eu confesso que talvez não fosse capaz, não tivesse a força necessária para os alegrar.
Porque sei a dor que causa essa doença, porque a testemunhei... e talvez por isso, julgo que a sensação de impotência perante um gigante poderoso como a leucemia me iria tolher todos os movimentos e apenas desejar ter uma varinha de condão para apagar toda a dor e tristeza que estes adultos de metro sofrem...!
1 comentário:
Tiro o meu chapéu a toda essa gente formidável que faz voluntariado.
Bem hajam!
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