22 de março de 2009

Deixem-se de birras...

O panorama político actual é o reflexo da falta de consideração que os políticos, e em particular, os deputados, têm pelo povo que os elege.
É que andar às turras por causa de quem vai ocupar o cargo da Provedoria de Justiça é mesmo coisa de meninos, ou dos putos (como refere o faduncho do Carlos do Carmo)! Nisso, tenho que admitir que o termo "birra" foi empregue e bem pelo sr. PM Sócrates.
No entanto, acho lamentável ter que se assistir continuamente a este tipo de desacordos entre os dois maiores partidos, e que têm a maior participação na Assembleia da República. Aos anos que assistimos às guerrinhas entre estes, sem nunca chegarmos a nada de verdadeiramente construtivo. Limitam a culpar-se mutuamente por erros do passado e a desculpar-se com a herança do governo anterior, invariavelmente de cor política diferente...
O cargo de Provedor exige que a pessoa que o ocupa tenha conhecimentos qb da lei, do direito e de como o cidadão pode ter melhor e mais acesso à justiça e de como pode ser melhor servido quando recorre aos tribunais e outros sistemas de lítigio ou mediação. Este cargo implica que quem o ocupa tenha os conhecimentos e principalmente sensatez!
O que mais me choca no meio disto tudo nem sequer é bem o debate em torno do sr. Jorge Miranda, reconhecido constitucionalista (de quem tive que ler alguns calhamaços nos meus tempos idos de estudante em Coimbra), mas o facto de o PSD não aceitar o sr. para o cargo ou a sua nomeação e nem propor nenhuma outra pessoa em alternativa.
Julgo que isto não é mais do que o reflexo do que os partidos políticos têm para oferecer por estes dias: nada lhes agrada, são contra tudo e mais alguma coisa que seja proposto pelos membros das restantes bancadas da AR, mas lá proporem soluções ou formas de resolver problemas é que não são capazes...
Por essa mesma razão, quando se assiste a debates da AR, julgo que a maioria dos eleitores sentem que o que lá se passa não é mais do que um espectáculo de circo, mas os palhaços devemos ser todos nós portugueses... porque é triste perceber que as discussões nunca são sobre temas de fundo, ou se o são, são debatidas de ânimo leve, sem grandes críticas construtivas ou soluções práticas e reais. Invariavelmente, os senhores deputados vão para a AR exibir os seus enormes egos e quando há demasiados destes no mesmo espaço físico, perdem tempo a discutir quem é mais inteligente, mais importante, mais hipócrita ou mais mentiroso... e a atirar-se nomes carinhosos e injúrias doces entre si!
Por isso, e a bem da nação, acabem lá com estas birras parvas, porque até as crianças de hoje conseguem fazê-las de forma mais consistente, coerente e inteligente!...

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